segunda-feira, 4 de maio de 2009

Charles Kiefer autografa no dia 08 de maio na Palavraria

Depois de 20 anos de sua primeira edição, a novela O Pêndulo do Relógio, premiada com um Jabuti em 1985, será relançada no dia 8 de maio (sexta-feira), às 19h, na Livraria Palavraria (Rua Vasco da Gama, 165, bairro Bom Fim).

A obra vem acompanhada de outras duas pequenas novelas de Kiefer: O Poncho e A Traíra, também ambientadas na fictícia cidade de Pau D’Arco. O selo Amarilys, pertencente à editora paulista Manole, é responsável pela publicação de O Pêndulo do Relógio e outras histórias de Pau-d'Arco.

O escritor Charles Kiefer retrata com profundidade as várias facetas da rica vida interiorana de Pau-d’Arco, cidade fictícia que ele apresenta como microcosmo de culturas e vivências, uma região tradicional e agrária que é de súbito lançada às engrenagens cruéis da modernidade.
Em A traíra, André segue, ao lado do irmão e do cunhado, rumo a uma típica pescaria em família. Alheio à amizade compartilhada pelos dois, sente-se saudoso dos tempos em que fazia o mesmo trajeto acompanhando o avô. A falta se traduz na busca pelo excepcional e revela um universo masculino fechado, melancólico e incompreendido.

O poncho, por sua vez, apresenta as reflexões de uma neta sobre uma história que ouvira muitas vezes de seu avô, Fernando Könning. Após fazer parte do grupo que deu origem à cidade de San Martin, cenário do romance A face do abismo, Fernando retarda sua volta para Pau-d’Arco, para sua família e para a noiva, que ficou à sua espera. O retorno rende um acerto de contas com o passado e a convicção de que “o que de amor foi tecido, de amor permanece”.

Todos esses matizes ganham tom ainda mais nítido na novela que dá título ao volume, O pêndulo do relógio. Sucesso de público e de crítica, que nas suas primeiras nove edições vendeu 45 mil exemplares, ela acompanha de maneira compassada e pontual a angústia de Alfredo Müller, colono humilde que se vê enredado em dívidas com o Banco, verdadeira entidade-símbolo de um sistema opressivo no qual seu modo de tocar a vida e de arar a terra não tem mais lugar.

Essas histórias, escritas com precisão e fluência, lidam com uma saudável melancolia que permeia a experiência dos personagens diante da falta de alguém ou de algo que se perdeu.

Com sua aposta na qualidade o selo Amarylis reapresenta ao púbico estas três novelas reunidas. Um presente aos leitores de Charles Kiefer, uma vez que O Pêndulo do Relógio se encontrava esgotado há vários anos.

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